sábado, 8 de outubro de 2011

intervalo

Quando nasci, entre rendas e afagos egoístas,
os rouxinóis, pela noite, namoravam a Primavera...

Os sinos ficaram tolhidos e tristes
Como se os meus gritos lhes pesassem na alma.

Minha Mãe, nessa noite,
sonhou com o aceno molhado dum lenço branco
num dia de partida...

Ó Terra!
Porque não estoiraste nesse momento?



Fernando Namora, in Relevos (Coimbra, 1937)

Sem comentários:

Enviar um comentário