Nem me disseram ainda
para o que vim...
Não sei se sou bom, se mau,
se filho amado
ou rejeitado...
Sei
que quando cheguei
os meus olhos viram tudo
e renegaram tudo
por correr no meu sangue
um outro sangue...
E obedeço
– sempre! –
a esse incitamento mudo!
Também sei que hei-de perecer, exangue,
de excesso de desejar...
Mas também sinto
– sempre! –
que não posso recuar.
Hei-de beber fel, sofrer as pragas,
ser ultrajado e temido;
hão-de abandonar-me à morte...
Hei-de espantar os rebanhos dos montes,
ser bandoleiro de estradas...
– Mas não sei trocar a minha sorte!
Não me venham dizer
Sem comentários:
Enviar um comentário