sábado, 8 de outubro de 2011

intimidade

Que ninguém hoje me diga nada.
que ninguém venha macular a minha mágoa,
esta dor indefinível
que eu desconheço donde vem
e o que me diz.

É mágoa.
Talvez seja um princípio de amor.
Talvez, de novo, a dor de ter vindo para o mundo.
Pode ser tudo isso; ou nada disso.
Mas não o afirmo.
As palavras viriam revelar-me tudo.
E eu prefiro sofrer esta angústia de não saber de quê!



Fernando Namora, in Mar de Sargaços (Coimbra, 1940)

1 comentário:

  1. Eu adoro o enooorme Namora! A poesia dele comove-me, sempre me comoveu!
    abraço!

    ResponderEliminar